Fábio J.
O sobrado é todo estruturado para acomodar o máximo de pessoas com bastante conforto, é dividido em dois pisos e as mesas tem uma boa distância entre si.
Após subir a escadaria encontramos o primeiro ambiente, temático, com toda decoração remetendo ao nome do restaurante: Mesas e cadeiras de madeira, canoas, remos e detalhes em palha adornando a iluminação no teto, um charme.
Atravessando todo o primeiro pavimento chegamos a um corredor com painéis fotográficos de autoria do chef Felipe Schaedler. Além do hobby de procurar novos ingredientes por onde passa, Felipe também é fotógrafo e adora registrar as várias comunidades e paisagens da Amazônia.
O corredor leva à escadaria e ao segundo pavimento, que foi onde decidimos passar a noite. Para onde quer que se olha tem algum detalhe, mas não é aquele tipo de ambiente lotado de quinquilharias, aqui é tudo muito organizado e de ótimo gosto. O cenário é uma legítima imersão na cultura regional.
Schaedler está sempre estudando a Floresta Amazônica, ouvindo os caboclos e escolhendo pessoalmente cada fornecedor para o Banzeiro, além disto, mantém uma pequena horta no restaurante, em um espaço bem tranquilo e romântico no segundo pavimento.
Outro detalhe que gostei muito é que a cozinha é aberta, dá pra ficar assistindo o pessoal trabalhando e finalizando (lindamente) os pratos.
Fomos super bem atendidos desde a chegada, todos muito solícitos e dispostos. Mesmo com a casa cheia não notei ninguém que ficou desasistido pelos garçons e demais atendentes.
Depois de acomodados recebemos à mesa um saboroso Caldinho de Tambaqui, servido como cortesia em uma canequinha de porcelana. Um “boas-vindas” pra lá de especial.
No menu de entradas ficamos curiosos com o Dadinho de Tapioca com Geleia de Cupuaçu e Murupi. – R$ 28,00 (07/2015) –
Assim que chegou à mesa descobrimos que tínhamos feito a escolha correta, os dadinhos são macios, não tem gosto forte de tapioca e a geleia pode ser utilizada em qualquer prato devido ao paladar fácil.
Os dadinhos estavam ótimos, mas não tem como visitar o Banzeiro sem experimentar a famosa Formiga Saúva e Espuma de Mandioquinha. A exótica saúva, de sabor capim limão, bem fritinha, é servida em colheres individuais, a mandioquinha de pirarucu na manteiga de ervas é “dos deuses”. – R$ 8,00 (07/2015) –
O prato principal foi a Costela de Tambaqui Parrilla, do menu que serve duas pessoas. – R$ 119,00 (07/2015) – A comida chega super rápida à mesa, mas o que mais impressionou é que vem tudo em panelinhas e o garçom serve na hora.
Imagine só: Costelinhas grelhadas com flor de sal, acompanhada por baião de dois e farofa de ovo com farinha do Uarini. Serve tranquilamente 2 pessoas e é delicioso, a costela de Tambaqui merece toda a fama que tem, é uma das riquezas culturais do Amazonas.
O Banzeiro faz parte do seleto grupo da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança, e mesmo o Tambaqui sendo um prato muito bem servido, decidimos conhecer também o Prato da Boa Lembrança de 2015 o Arroz de Pirarucu Defumado com Cogumelos e Palmito Fresco. – R$ 69,00 (07/2015) –
O Pirarucu defumado é salteado na manteiga com shimeji, palmito fresco, arroz branco e pimenta de cheiro. Este é o único prato principal individual do Banzeiro, todos os outros servem duas pessoas.
Para fechar com chave de ouro pedimos o inusitado Petit Gateau do Cupuaçu. – R$ 17,00 (07/2015) –
O bolinho de chocolate quente, que nesta versão é recheado com doce de cupuaçu, vem em baixo de uma bola gigante de sorvete de tapioca. Nota 1000 para esta sobremesa!
O restaurante Banzeiro por si só já é uma visita turística. O cardápio variado do chef Felipe Schaedler, com releituras muito bem executadas da comida local, a equipe de atendimento exemplar e o ambiente rico em detalhes justificam todas as honrarias e prêmios recebidos.