diogo c.
Pois é…Estávamos em Sampa dia desses, e tínhamos menos de 24 horas por lá. Sendo assim, escolher onde comer numa das cidades com o “cardápio” mais extenso do mundo é uma tarefa um tanto complicada (clichê mode: on!).Daí, o filtro que utilizamos para definir o almoço foi: “fome de quê” + “na região do hotel” + “que ainda não tínhamos ido”. Esta fórmula resultou em Due Cuochi, um tutti buona gente de primeira linha.
Achei bem bacana que, além de estarmos super seguros em função dos dois extintores de incêndio, foi legal ver um restaurante italianão bem tradicional com uma cozinha à vista. Essa quebra de paradigma resultou muito bem e deu até uma vontadezinha de sentar no balcão.Dando um rolê pelo salão, tropecei numa mesa de antipasti que emanava um aroma irresistível.
Tão irresistível que o gerente veio me dar um esfrega por eu ter tirado umas vinte fotos e perguntou se tínhamos permissão para tanto.Voltei rapidinho e me conformei que a partir de então, tiraria somente fotos from the table. E neste momento o Diego já tava se lambuzando todo com umas bruschettas al pomodori. É pegar o azeite de oliva, derramar um fiozinho em cima e correr pro abraço. Isso que depois ainda recebemos a ilustre companhia de uma cesta de pães recém saídos do forno.
A gente adoraria falar sobre eles… mas infelizmente não sobrou um sequer pra contar a história.Aí havia chegado a hora das entradas de verdade. Porque bruschettas e pãezinhos vieram à mesa por puro protocolo. O Diego fisgou um ravioloni de gema de ovo caipira na manteiga e sálvia, perfumado com azeite de tartufo branco que era nota onze!Notei de cara que “gnocchi de semolina ao leve creme de gorgonzola italiano gratinado” seria a minha opção (e calma lá, porque ainda estamos falando das “entradas”). Poderia esperar qualquer gnocchi, menos assim. Adorei, mas acho que eles não tem tamanho pra ser entrada, de tão grandes.
Ou seria culpa do meu exagero nos pães?O Diego não consegue ler “coelho” ou “pato” no menu e não empacar aí mesmo. Ainda mais lendo uma descrição como “coelho assado na lenha ao próprio molho, com tagliatelle na manteiga e sálvia“. Pô, tá desculpado.Já eu, sofro de um outro problema. Assim como meu pai, que não consegue pedir outra pizza que não a “marguerita”, e a fixação do Diego com patos e coelhos, em restaurantes italianos sempre prezo pelo tradicionalismo, como pede a proposta da casa: fusilli fresco com ragú de calabresa levemente picante.
É nóis!Pra fechar, e erguendo mais alto ainda a bandeira da tradição azzurra, um tiramissu. Mas assim como a apresentação do gnocchi, essa também nos surpreendeu. Nada de tacinha de sorvete. E esta roupagem proporcionou uma nova percepção sobre a sobremesa. Cara, era de uma cremosidade inesquecível.
Fora a abordagem do gerente na hora de me dar um sacode pelas fotos, o único detalhe que poderíamos dizer ter sido um pouco amargo foi a continha: 120 reais por pessoa. E isso que não tomamos vinho nem nada alcoólico. Mas também, se fosse um restaurante italiano qualquer, seria até desrespeitoso. Agora, estamos falando de Due Cuochi, uma referência neste quesito!